Este
espectáculo pretende ser uma singela homenagem a um homem que pela
sua bravura enalteceu o povo transmontano na sua época: O Soldado
Milhais, mais conhecido por Milhões.
Mas
na essência, este espectáculo pretende também reflectir sobre uma
sociedade que existia ainda há pouco – cerca de um século – ou
talvez menos. A forma, como nós concretizámos essa vivência das
comunidades da província e do mundo rural, pretende que cada um,
através da vida do nobre soldado Milhões, medite sobre o absurdo
duma guerra que arrasou milhares de vidas em nome de uma ideologia em
que essas vidas ceifadas desconheceu e nem sequer se apercebeu que
foram meros instrumentos ao serviço de ideologias acéfalas e
tirânicas.
A
encenação obedece a uma simultaneidade de espaços cénicos que se
vão sucedendo e onde a alternância Luz/obscuridade conduz o
espectador através da acção. Por outro lado, haverá momentos em
que o fundo musical servirá para marcar a progressão do tempo e a
mudança de espaço.
Finalmente, esta
tragicomédia, da autoria de José Leon Machado, é constituída por
dois actos e um epílogo. Por isso, caro espectador, depois do fim do
2º acto ainda há um momento mais intimista e privado do soldado
Milhões: o reencontro com a sua amada.